Anita da Mota Valença
Bandeira de Pesqueira - PE , cidade natal de Anita
Bandeira de Garanhuns-PE, cidade adotada por Anita
Enfim chegou o dia tão esperado ! há um dois anos atrás, foi criado este blog, começando com este título: contagem regressiva para o centenário.
E hoje estamos aqui comemorando 101 anos desta que é uma
grande e ilustre pessoa, pesqueirense de nascimento e garanhuense de
coração: Anita da Mota Valença. Veja abaixo um pouco da história desta
ilustre mulher, no texto escrito abaixo no ano passado pelo amigo José Henrique de Barros Neto.
CEM ANOS DE UMA VIDA PROFÍCUA E FELIZ
Dona Anita da Mota Valença nasceu na Casa do Tio Zezinho, no Sítio Beira-Mar, localizado na Zona Rural de Pesqueira, no dia 24 de julho de 1912, em uma quarta-feira, às 21 horas, sendo a décima descendente do casal Abílio Camilo Cordeiro Valença e Emília Benvinda da Mota Valença, que se casaram no Sítio Vasco, em São Bento do Una, no dia 31 de julho de 1895.
Foram
seus avós paternos José Camilo Valença e Maria Cordeiro da Fonseca
Valença; e seus avós maternos João Tavares da Mota (português) e Maria
Benvinda Valença da Mota.
Os
irmãos que a antecederam foram Corina, Alódia, Emília, Arlinda, Alcina,
Almira, Agobar, Adelmar e Maria. Depois dela, nasceram Amílcar, Asnar,
Abgar, Abigail, Adisa e Armida.
A ela foi dado o nome de Anita como homenagem à Dona Ana, esposa do poeta pernambucano Adelmar Tavares, cujas poesias, publicadas no “O Malho”, seus pais gostavam de ler.
Ela
foi batizada pelo Padre Antônio Silvino, em São Bento do Una, no dia 14
de setembro de 1912, em um sábado, tendo, como padrinhos, Francisco
Camilo Valença e a Sra. Margarida Muniz.
Anos
depois, foi crismada, sendo sua Madrinha de Crisma a Sra. Maria Eugênia
Leite. Esta cerimônia religiosa foi realizada na Catedral de Santo
Antônio, em Garanhuns, sendo conduzida pelo Bispo Dom Moura.
Com
cerca de dois meses de idade, em 18 de setembro de 1912, acompanhando
seus pais e irmãos, mudou-se para a zona urbana da cidade de Pesqueira,
deixando para sempre, a Casa do Tio Zezinho, onde passou uma
reduzidíssima parte de sua infância.
A
13 de novembro de 1912, seus pais e os demais familiares foram morar em
Gravatá. O tempo foi passando, até que, no dia 20 de abril de 1913,
sobreveio o falecimento de sua irmã mais velha. No
dia seguinte ao da morte de Corina, ela e seus familiares retornaram
para Pesqueira, onde ficaram até 21 de maio, quando seus pais decidiram
viajar para fixar residência em Garanhuns.
Sempre
foi o objetivo maior dos seus pais a busca incessante para educar,
dignamente, os seus filhos. O casal Abílio e Emília sempre manteve firme
disposição de fazer todo e qualquer sacrifício para concretizar esse
desejo. Como Garanhuns preenchia todos os requisitos, a decisão que eles
tomaram foi das mais acertadas.
À
noite, chegaram ao Recife e dormiram na casa de um querido parente
deles, Antônio Camilo Valença, para, no dia seguinte, viajarem no trem
com destino à cidade de Garanhuns.
Depois
de uma demorada viagem, chegaram a Garanhuns, às cinco da tarde do dia
22 de maio de 1913, numa tarde fria, de chuva fina e intensa.
Hospedaram-se
à Rua da Aurora, atual Barão do Rio Branco, nº 45, de frente para o
Nascente e dando esquina, pelo lado direito, com a Rua do Açude, hoje
Tomás Maia, na casa de Maria Luna, uma parenta deles que era casada com o
Agente dos Correios, Sr. Lúcio Brasil. Alguns dias depois, eles se
mudaram para a casa nº 17, um pouco mais abaixo, na mesma rua. A partir
daí, toda a família adotou e foi adotada por nossa cidade!
Nesses
cem anos de plena e constante convivência com os seus familiares,
principalmente com os seus sobrinhos, ou com os seus alunos, quer tenham
sido educados por ela no Curso Infantil ou no Curso de Mecanografia,
estes sempre demonstraram um enorme e vibrante orgulho em poder contar
com a presença maravilhosa dessa grande serva do Senhor, uma pessoa
simples, inteligente e bondosa, portadora de uma incomensurável
grandeza, a prestimosa e incontável ajuda desinteressada aos seus
semelhantes.
Nossa
homenageada, Dona Anita da Mota Valença, a exemplo da maioria dos seus
irmãos, sempre foi uma pessoa inteiramente vocacionada para ministrar o
ensino escolar. Ela fez jus ao grau de Professora, mediante expedição do
diploma de Habilitação para o Magistério do Estado, o qual foi
conferido pelo Colégio Santa Sofia, em 02/12/1934 e registrado sob nº
591 na Escola Normal de Pernambuco, em 17/12/1934. Para atingir os seus
objetivos, ela descreveu uma brilhante trajetória, participando dos
seguintes cursos de formação educacional: Os assuntos do Pre – Primário
foram ministrados, em sua residência, por sua mãe Emília da Mota
Valença; O Curso Primário foi realizado, inicialmente, no Grupo Escolar
Estadual Nilo Peçanha, tendo como professoras Da. Edwiges Antunes e Da.
Mercês Quintão, e concluído no Colégio Santa Sofia; Os Cursos Ginasial e
Normal (Pedagógico) foram, respectivamente, realizados integralmente no
Colégio Santa Sofia.
Suas
atividades profissionais desempenhadas no Magistério foram realizadas,
inicialmente, durante o período de 1935 a 1939, no antigo Ginásio
Diocesano de Garanhuns, na função de Professora, nomeada pelo Mons. José
de Anchieta Callou, Vigário da Catedral de Santo Antônio e Diretor do
Ginásio Diocesano de Garanhuns.
Em
seguida, foi convidada para atuar como Professora do Colégio
Independente do Recife, pelos Diretores Lapércio e Idalice Cintra.
Essa atuação, na capital do Estado, ocorreu durante o ano de 1940.
Retornando
a Garanhuns, lecionou, no período de 1941 a 1981, como Professora dos
Cursos Infantil e Primário, ambos do Colégio Diocesano de Garanhuns e,
no período de 1946 a 1975, atuou como Professora do Curso de
Datilografia do aludido educandário.
Utilizando,
praticamente, todo o seu tempo disponível, ela também desempenhou
outras atividades, a exemplo de assumir a função de Professora da Escola
Noturna Santa Terezinha, no período 1946 a 1948 e de assumir a função
de Professora do 1º Ginásio do Arraial (Filial do Colégio Diocesano), no
período 1942 a 1943.
Entre
1941 e 1943, ela foi designada, por Dom Mário de Miranda Villas Boas,
3º Bispo Diocesano de Garanhuns, para assumir as funções de dirigir 65
Benjamins da Ação Católica de Garanhuns, instituição religiosa que
funcionava, durante muito tempo, no Salão Paroquial da Catedral de Santo
Antônio.
Ela é Madrinha de trinta e cinco afilhados, sendo a maioria de sobrinhos, sendo 23 de Batismo, 11 de Crisma e 1 de Formatura.
Suas
características pessoais são bastante condizentes com os seus atos
habituais, pois aprecia muito a leitura de livros, revistas e jornais;
de assistir programas de rádio e televisão e de ouvir e tocar músicas
clássicas. Gosta, também, de fazer tricô e, especialmente, de cuidar
carinhosamente de plantação de flores. Sente-se feliz em cuidar da
criação de pássaros, especialmente de canários. Cultiva com muito amor a
afeição por crianças, especialmente, pelos seus inúmeros sobrinhos e
afilhados. Como um destaque todo especial, ela sempre ressalta que o seu
maior contentamento é poder contar sempre com a presença e o amor dos
seus familiares.
Como
qualquer pessoa tímida e bondosa, ela sempre demonstrou não gostar
muito de aparecer, desnecessariamente, em público, principalmente,
quando em ambientes muito frequentados; de ser fotografada; e, também de
ocupar, desnecessariamente, o precioso tempo das outras pessoas.
Saudamos,
pois, nossa querida e generosa sempiterna Madrinha Anita da Mota
Valença, que está comemorando neste dia 24 de julho de 2012, cem anos de
uma vida santa e generosa. Que Deus sempre a Abençoe!
E
Agora, não como fundador deste blog, mas como sobrinho, neto, afilhado,
deixo abaixo o meu depoimento para esta grande pessoa admirada por
todos os garanhuenses e que com esse depoimento posso lembrar de
momentos felizes da minha vida.
Madrinha !
É
complicado falar sobre você, são tantas coisas, tantas emoções, mas
vamos lá relembrar alguns que foram grandes momentos da minha infância
que passei alegremente com você.
Primeiramente,
tenho a agradecer a você pelo resto de minha vida por ter sacrificado
15 anos de sua vida para viver e se tornar paraibana de coração junto
comigo, mamãe e papai em João Pessoa e que vivi feliz. Agora vamos aos
momentos. Lembro que aprendi a ler e escrever não com a escola, mas com
você, que até quando cheguei na minha primeira escola, a Escola
Montessori Novo Horizonte, entrei na Alfabetização e perguntaram a você:
´´esse menino é super dotado? Já sabe ler, escrever, fazer tudo que
agente passa na sala, ele não pode entrar na alfabetização, vou ter que
envia-lo diretamente a primeira série.´´ Esse foi um dos acontecimentos que marcaram, pois foi com você que eu já havia aprendido a ler e escrever.
Dificil lembrar de todos, mas vamos a outros, durante a minha infância em João Pessoa lembro que
você ia me levar na escola e eu ia falando com as ruas e chorando e
vomitando ´´BOOOM DIA WALFREDO LEAL, BOM DIA ALMIRANTE BARROSO, e porai
vai... cada rua que passava ia vomitando e chorando pra não ir pra
escola.
Outra
grande lembrança: aprendi a jogar DAMAS E XADREZ CHINÊS (DAMA CHINESA
COMO VOCÊ CONHECE) com você e lá nas tardes em João Pessoa, e nas
férias, você jogava damas comigo e agente colocava aquela fita de VALSAS
E DOBRADOS DE FILINTO LUCIO DANTAS que até hoje eu e você reentitulamos
ela como MÚSICA DE PERDEDOR, que era onde você não me vencia em uma
partida na DAMA e eu coloquei essa musica. O Aprendiz vencendo a mestre
na DAMA.
Eitaaaa,
outro momento inesquecível era quando você ia me buscar na esquina
quando eu ia pro CATAVENTO E PRO CIE quando ELENILDE vinha me trazer, ai
você já tava ali na esquina me esperando com PETIT E PITUXA e quando eu
chegava você já mandava eles parar, eles já ficavam doidinhos latindo
de longe. Ai quando eu chegava em casa, mamãe ainda não tinha chegado e
você preparava aqueles lanches deliciosos da minha infância que nunca
me esquecia, como REQUEIJÃO COM CREAM CRACKER OU COM BOLACHA MARIA, SUCO
DE LIMAO BEM GELADINHO E AS VEZES, QUASE SEMPRE, AQUELA ´´VELHA´´ FATIA
DOURADA, que até hoje lembro dela, e que ninguém sabe ou soube fazer
igual a você.
Lembro
até que você educou PETIT E PITUXA e os momentos que eu mais ria era
quando PETIT fazia xixi e você batia de leve nele e esfregava a cabeça
dele no xixi para ele aprender e ai quando ele via você e aprendeu já
ficava longe olhando e já obedecia, você ensinou ele a dar a pata,
fingir de morto, passear, etc.
Lembrei
também que uma vez, quando eu era pequeno e agente voltava da rua uma
vez, você passou na esquina chegando quase lá em casa e o famoso ZÉ que
agente conhecia como o ZÉ DA BENGALA , um meio doidinho, veio falar
comigo e pedir você em CASAMENTO, essa até hoje eu rio sozinho e me
lembro.
Outro
fato inesquecível eram as Missas , principalmente as do sábado no João
XXIII. Uma vez foi só eu e você e sentamos naquelas cadeiras de lá,
quando de repenteeeeee... PÁÁÁÁÁÁÁÁ´, a sua cadeira caiu, e eu ali doido
pra rir de você e sem poder com a missa em andamento. Uma vez duas
mulheres foram comungar e aquele PADRE ZÉ VIEIRA, o ZÉ COITIN como
agente conhecia disse: ´´VOCÊS TAO PENSANDO QUE AQUI É OQUE? NÃO PODE
COMUNGAR COM ESSAS ROUPAS, E DEU O MAIOR SERMÃO, E DEPOIS VEIO DIZER
TAMBEM ´´NÃO PODEM COMUNGAR ASSIM, É UM ABSURDO, DEPOIS RECLAMAM QUE OS
HOMENS FICAM OLHANDO PRAS MULHERES DIRETO, ATÉ O PADRE OLHA DESSE JEITO,
VÃO TROCAR DE ROUPA E NA PROXIMA VOCÊS COMUNGAM.´´
Aqueles
cartazes que eu fazia pra você quando você vinha de Garanhuns, os
desenhos e colocava, bem vindo, etc e tal, e botava a assinatura de
PETIT E PITUXA, O POVO DE SR JACÓ, O POVO DE MARIA LUIZA. Eita tempo
bom.
E
você me fez, em 1996, virar um quase Garanhuense, você teve de vir a
Garanhuns para fazer uma cirurgia de CATARATA, ai eu não aguentei ficar
em João Pessoa sem você e disse a mamãe que vinha com você pra morar em
Garanhuns e estudar lá. No começo eu chorava direto, ficar sem mamãe ou
sem você, só queria tá com as duas. Mas ai vim para Garanhuns. E em
Agosto, deixei o colégio quando soube que papai ia fazer uma cirurgia em
João Pessoa de hérnia de disco e voltei pra João Pessoa e perdi o ano,
mas desde aquele ano, foi um fato que agradeço até hoje, ter virado
garanhuense, pois foi aqui que arrumei grandes amigos, e comecei a
torcer pelo meu SETE DE SETEMBRO e conheci os melhores amigos de minha
vida.
São tantos fatos a lembrar, mas se fosse escrever era um dia inteiro, e se fosse pra dar suas qualidades, também um dia inteiro.
Madrinha,
quero terminar aqui, dizendo que não tenho palavras para agradecer tudo
que você fez por mim em toda minha vida. Você é uma segunda mãe para
mim junto com Tia Cri e nunca vou esquecer dos momentos que vivi com
você.
Que
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo possam sempre abençoar você,
principalmente nesta data, tão representativa para todos nós da FAMILIA
VALENÇA, TODOS SEUS ALUNOS, EX ALUNOS E AMIGOS. Muita Saúde, Muita Paz,
Muita Alegria, Menos brabeza e que você tenha mais ANOS A COMEMORAR.
TE AMO MADRINHA
Seu Sobrinho, Neto e Afilhado
TIAGO VALENÇA
Garanhuns, 24 de Julho de 2012
ALGUMAS FOTOS DE ANITA:
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